VIDA INTERIOR - A Prática da Presença de Deus

“.. a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.” (Salmo 42.1,2)

Vivemos neste tempo presente um clima de falência espiritual. Elementos como, a superficialidade, a insensibilidade, a arrogância diante de Deus, quanto a autossuficiência, entre várias outras marcas, são integrantes ativos de nossa cultura. Segundo Richard Foster, a doutrina da satisfação instantânea é o principal problema espiritual. Tudo o que se faz, ou se projeta fazer, tem a ver com o objetivo de se obter essa satisfação. Custe o que custar!

É nesse contexto humanista, em que o ser humano se apresenta como sendo o centro do universo, é que se propõe a considerar a Vida Interior como parte integrante da dinâmica de vida do ser humano, como sendo a prática da presença de Deus. Isso significa colocar cor em um quadro marcado pela inexpressividade do cinza. Significa colocar vida na existência do ser humano, conferindo-lhe significado. Como diz Jesus, “...eu vim para que tenham vida e vida em abundância.” (Jo 10.10) Afinal de contas, onde Deus está, aí está a coerência do existir. Também nos ensina o “pregador”, “Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, pois eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz. [...] Então você terá o favor de Deus e dos homens e boa reputação.” (Provérbios 3.1-4) Ah, é tudo o que desejo: ter o favor de Deus e dos homens e boa reputação!

Donald Coggan, Arcebispo anglicano de Cantuária, Inglaterra, diz: “Passo pela vida como o transitório a rumar para a eternidade, criado à imagem de Deus, mas com esta imagem corrompida, e precisando aprender a meditar, adorar, pensar.” Cada vez que conseguimos crescer na vida interior, ou seja, naquilo que se refere ao relacionamento com o Criador, mais se sente a necessidade dessa aproximação. Quanto mais perto estamos do Criador, mas sentimos a necessidade dessa aproximação.

Disciplinas espirituais, como: meditação, oração, jejum, solitude, submissão, confissão, entre outras, são ferramentas úteis para nos levar para mais próximo da presença de Deus. “Deus concedeu-nos essas práticas espirituais como um meio de recebermos sua graça. [...] permitem que nos apresentemos diante de Deus, a fim de que Ele possa nos transformar.” (Richard Foster) Precisamos saber rejeitar os preconceitos de nossa época, que dizem ser estas práticas, anacrônicas (fora de tempo) em relação à época que vivemos.

A partir dessas considerações, sendo justificados pelo sangue de Jesus, possamos estar ansiando pela presença de Deus. Aliás, esse anseio de alma é o requisito principal para participarmos desses “expedientes” de intimidade com Deus. Sem salvação, sem ter os pecados perdoados, sem ter sido justificados pelo sangue derramado na cruz, não é possível ansiar por Deus. Só anseia por Deus quem é dEle.

Portanto, buscar a dinâmica de vida interior é a mais importante tarefa do ser humano, que lhe dará sustentação para todas as outras. “Busquem primeiro o Reino dos céus e sua justiça, ...” (Mateus 6.33)

Pr. Manoel Antonio